segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Nepal Trekking Part V

  Segue mapa da caminhada Everest Base Camp with Kalapatthar.



DIA 7: Pheriche (4200 m) a Namche Bazaar (3500 m): 7 horas

  Apos uma excelente noite de sono sigo caminhando feliz da vida ate Tengbuche (3900m) onde paramos para almocar. A caminhada foi longa, 3h10 ate chegar a vila do monasterio. Um cachorro tinha nos seguido na ida e no mesmo lugar nos seguiu de volta.
Nas estupas a trilha abre em duas para passar sempre pela esquerda (sentido horario), acho que o cachorro na sabia desta. O guia as vezes dava 3 voltas em cada.

  Uma expedicao deveria ser igual videogame, depois que chega no objetivo deveria terminar, fim! Quando estamos subindo para chegar ao objetivo damos tudo de nos, cada ultimo esforco vale a pena. Mas depois temos que descer e descer eh duro e cansativo tambem. Sete horas descendo e subindo montanha nao eh facil quando fica vendo tudo repetido. A maioria das mortes em montanhismo eh na descido, onde o peso do corpo age contra (ou a favor da gravidade para queda).
  Quando estava achando a descida facil, cantando acabei pisando em duas pedras soltas. Na subida voce sempre tem um apoio, na descida as vezes nao quando o degrau a descer eh alto.
 Descida facil

  Na parada para almoco senti o tornozelo, almocamos rapido e para nao esfriar ja seguimos a caminhada da tarde descendo 600 metros, atravessando ponte, subindo 400 metros e seguindo uma longa via enconstada na montanha.
  Parece que com o cansaco e na descida (se olha mais para baixo) o medo de altura ficava maior, ja que beiravamos grandes abismos na trilha, qualquer pisada em falso poderia ser problema.

Guia descansando na trilha, da para imaginar a queda se tropecar durante a caminhada

DIA 8: Namche Bazaar (3500 m) a Phekding (2610 m): 4 horas

  No oitavo dia estava muito cansado, mesmo descansando bem em Namche que tem uma estrutura boa. Tomei banho em Namche, recarreguei bateria da maquina e fiz a barba que ja estava incomodando.
  Como descemos de Ghorakshep um dia antes, resolvi ter a tarde de descanso e caminhar metade do caminho ate Lukla.
  Em Phekding encontrei novamente a sherpa do primeiro dia. Ela estava tentando me incentivar a voltar para escalar o Everest como se fosse a coisa mais simples. A irma dela escalou varias vezes, o pai dela 3 vezes e ela fazia alpinismo olimpico (velocidade em parede de gelo) com o marido antes do bebe nascer. Ja escalaram junto Ama Dablam e Pumo ri, duas montanhas consideradas mais dificil que o Everest tecnicamente.
  O oitavo e nono dia foi de muito sono, dormi bastante e valeu a pena o descanso. Cheguei em Kathmandu inteiro, pronto para mais uma aventura.

DIA 9: Phekding (2610 m) a Lukla (2800 m): 3 horas

  No nono dia mais uma caminhada somente pela manha ate chegar em Lukla. Fiquei lendo livro, conversando com algumas pessoas e dormi muito tambem.
  No caminho vi um carregador carregando de Lukla a Namche Bazaar uma geladeira. Pedi para o guia perguntar e ele iria demorar 2 dias para carregar e ganharia neste transporte sozinho o equivalente a 45 dolares (poder de compra de 220 reais equivalente no Nepal).  Esta geladeira esta subindo gracas ao turismo, precisam acumular bastante comida sem estragar para bastante gente. Com duas viagens o carregador ganha o equivalente a um salario minimo, parece subhumano mas eh o que eles sempre fizeram e mesmo um carregador, sem estudo, nao precisa migrar para Kathmandu para ganhar um salario minimo se ele ganha o mais na montanha e ainda o custo eh menor do que na cidade.
  Acima de 5000 metros as unicas coisas que vi serem transportadas eram pedacos de Iaque, bosta de Iaque (usado como lenha) e queijo de Iaque.
  Aqui chegou ao fim da caminhada. Na ida descemos 1100 metros e na volta temos que subir 1100 metros. Com isto foram 50 horas de caminhada, mais de 130 kilometros de caminhada, 5400 metros de subida e os mesmos 5400 metros de descida. O equivalente a subir e descer o Empire State (100 andares) 18 vezes em 9 dias.


DIA 10: Lukla - Kathmandu (voo): 25 minutos.

No decimo dia tomei cafe da manha em Lukla, a esta altura ja nao sentia mais mal pela fumaceira da manha dos budistas que sempre purificavam sua casa e a sala para comer com muita fumaca. Peguei o aviao para Kathmandu e a saida de Lukla eh emocionante, vai vendo o fim da pista ate o aviao decolar bem proximo do abismo no final da pista. Vai beirando o himalaia ate chegar na capital do Nepal.
  Ja tinha acordado com o rapaz da agencia que como iria fazer 3 dias a menos na caminhada teria um desconto de 90 dolares que o mesmo seria convertido em rafting e 3 noites de hospedagem em Kathmandu.
  Hoje irei sair pra tomar uma cerveja.
  Fui verificar para enviar uns equipamentos para o Brasil para aliviar o peso da mochila (ainda nem cheguei na metade da viagem) e achei muito caro enviar por aviao, e por navio disseram nao ser seguro e as roupas de montanha que tenho sao bem caras. Resolvi seguir viagem mesmo com todo material que provavelmente nao irei usar ate a proxima temporada de trekking em alta montanha ou snowboard.

DICAS PARA QUEM FOR FAZER CAMINHADA NO NEPAL:

  Eu achei muito bom o servico da agencia, guia atencioso e eu tinha liberdade de escolher o que eu queria comer nas 3 refeicoes incluidas sem ser limitado ao preco. Algumas vezes dava mais de 10 dolares o jantar (segundo o menu) ja que os valores aumentam muito acima de 4000 metros devido a dificuldade de transporte.

AGENCIA:  A agencia eh www.highmountaintrek.com. Nao precisem reservar antes de viajarem, em 2 dias em Kathmandu organiza-se tudo, permit trekking, guia, etc. 
  Ha mais de 100 agencias em Kathmandu que fazem o mesmo passeio. A agencia acima foi a unica que me respondeu com duvidas de quantidade de dias, o que levar, etc. Tej sempre respondeu prontamente mesmo eu nao tendo reservado nada antes.

GUIA INDIVIDUAL:  Para os que querem economizar mais, o que se deve fazer eh voar ate Lukla e de Lukla organizar guia e carregador (em caso de necessidade) em Lukla mesmo, que sai mais barato. Um guia custa em torno de 20 dolares por dia, carregador uns 10 dolares.
  Lembrem-se que eu paguei 50 dolares por dia com guia, hospedagem e 3 refeicoes indo sozinho, se for em grupo de 3 ou 4 com certeza consegue-se um bom desconto.

SOZINHO:  Para os que nao precisam de guia, o caminho eh facil. Mas aconselho ir sem guia somente na temporada onde se tenha mais pessoas e voce acaba sabendo se esta na trilha certa ou nao, ja que ha aberturas sem sinalizacoes para dois lugares diferentes.

TREKKING: A outros lugares mais barato que a regiao do Everest e tao bonito quanto. Eu recomendo a regiao de Annapurna para trekking. Pode ir de onibus para Pokhara que eh uma cidade linda na montanha. Alem de sair mais barato, a caminhada dificilmente vai passar de 4000 metros se caso a pessoa nao se sentir segura a subir mais de 5000 metros que ja eh considerado alta montanha.

ROUPAS: Se for passar de 5000 metros leve roupas de qualidade. Em Kathmandu vendem varias replicas de marcas famosas, de baixa qualidade. Eu uma vez mesmo comprei uma mochila no Mercado Livre achando que era The North Face e a mesma nao durou uma viagem.
  Vi pessoas voltando no caminho porque uma a bota abriu, tinha comprado em Kathmandu achando que era produto verdadeiro e estava pagando 30% do preco do produto. Os produtos copia de Kathmandu sao ate de boa qualidade para andar na cidade, mas se subir para a montanha nao economize em Bota e roupas a prova d' agua e vento.

BOTA: Compre a bota assim que planejar a viagem. Eu comprei a minha meses antes e usava ela ate mesmo em Salvador quando ia sair no calor. Na India, em pleno verao, andava somente de bota. O resultado foi bom, tive calos no inicio da viagem quando caminhava bastante mas durante os 10 dias de caminhada nao tive nenhum problema, ja estava adaptado a bota.

OCULOS/BONE/PROTETOR SOLAR: Um dos mal de montanha eh problema nos olhos devido aos raios refletidos pela neve. Use os 3 itens sempre, mesmo em tempo um pouco nublado. Eu esqueci de usar manteiga de cacau (protetor labial) e estou com os labios rachados ate agora, qualquer comida salgada faz arder meus labios mesmo 5 dias depois de passar dos 5000 metros.


 
 

domingo, 15 de agosto de 2010

Nepal Trekking Part IV

Dia 6: Ghorakshep (5140m) - Kalapathar (5545m) - Pheriche (4200m): 8 horas

  Meia noite e nao conseguia mais dormir...passava mal! Eh bem comum pessoas morreram dormindo em Ghorakshep dormindo, muitos por irresponsabilidade de quererem tomar cerveja ou fumar numa altitude acima de 5000 metros.

  Esta eh a segunda vez que passo a noite acima de 5000 metros. A primeira foi quando escalei o Chimborazo, a maior montanha do Equador, a 6310 metros de altitude em 1999. Os sintomas eram os mesmos, 5000 metros a dificuldade aumenta e ja eh considerado alta montanha. Dor de cabeca, falta de apetite, enjoo, tonteira e quando caminha acaba usando um tipo de piloto automatico esquecendo da dor, sensacao de como tivesse tonto com cerveja.
  O mais importante em alta montanha eh o conhecimento e a hora de saber desistir. O conhecimento dos sintomas eh importantissimo para nao gerar problemas que levam a morte do montanhista como edema pulmonar ou edema cerebral. O conhecimento de montanha e baseado em tres passos:
  PASSO 1: Reconhecer os sintomas de mal de altitude e saber como diagnosticar a seriedade.
  PASSO 2: Se os sintomas continuarem, nao suba mais.
  PASSO 3: Se mantendo a mesma altitude a pessoa nao melhorar, descer imediatamente para uma altitude mais baixa.

  Acima de 5400 metros o ar possui menos da metade de oxigenio em relacao ao nivel do mar. A cada 1000 metros que subimos a temperatura diminui 6,5 graus celsius. A temperatura padrao para 5500 metros eh -20 graus celsius negativo (para altitude de cruzeiro de um aviao a jato a 11 mil metros, a temperatura externa padrao eh -55 oC,).

  Por volta de uma da manha resolvi melhorar, nao conseguia descer a escada e forcava muito para respirar. Estava totalmente tonto e vontade de vomitar. Abri a janela para entrar ar puro e apontei a lanterna para um ponto fixo na parede para ter uma referencia de onde estava. Fui melhorando bem ate que consegui dormi novamente, desta vez deixei a janela aberta pois faz muita diferenca. Mesmo passando ar por baixo da porta e atraves das laterais da janela, com pouco oxigenio o seu proprio CO2 que expira pode deixar voce com dificuldade para respirar.

  O guia me chama as 3h da manha para atacar o cume do Kalapathar a 5545 metros de altitude. Normalmente eh feito pela manha para ter uma melhor visao quando o ceu esta mais limpo de nuvem. Iniciamos subida perto das 4 da manha e tivemos que voltar por causa do vento e nevasca a altitude maior, o tempo estava muito fechado. O grupo da Austria voltou a dormir e o da Coreia e eu ficamos aguardando o tempo melhorar. Eu porque nao queria deitar mais, estava mais disposta em pe e tendo algo para me distrair como conversar para nao voltar a passar mal como estava.
  As 5h15 o tempo comeca a abrir e para de ventar. Subimos ao Kalapathar em 2h30 com muita dificuldade, mas logo que o tempo abriu mais uma grande injecao de animo apareceu. Ver a maior montanha do planeta de perto eh sensacional. Subir o Kalapathar, ponto mais alto desta caminhada, tambem deu uma visao especial neste dia de ceu aberto. Apesar do clima parecer agradavel, fui avisado que o termometro de uma pessoa marcava -14 graus celsius negativo no cume do Kalapatthar.




  O Nuptse parece mais alto do que o Everest eh porque ele esta mais perto, fica a uma distancia de 2km do Everest.

Subindo o Kalapathar

Vista do cume do Kalapathar pela parte de tras (veja a ultima pedra que forma o pico da montanha)
Vista do topo do Kalapathar a 5545 metros.

Homenagens aos que perderam suas vidas nas montanhas do Vale do Khumbu


  Apos retornar a Ghorakshep, decidimos descer e nao esperar mais um dia acima de 5000 metros pois ja tinhamos conseguido avistar tudo que queriamos. De Ghorakshep subimos um pouco ate 5300 metros e depois foi apenas descida. Cinco horas de cansativa caminhada ate Pheriche a 4200 metros.

  Para voltar, primeiro passa ao aldo do glaciar Khumbu
Iaque, unico animal terrestre que avistei acima de 5000 metros de altitude
Grupo de austriacos descansando perto de Lobuche
Vendo novamente verde e flores em Pheriche, a 4200 metros

  Chegando em Pheriche foi um alivio total. Parecia que a 4200 metros de altitude o ar estava cheio de oxigenio, respirava tranquilamente e tive uma noite super tranquila de sono.
  Depois de passar 2 dias comendo por obrigacao (pensando apenas em energia necessaria pra caminhada) jantei bem sem precisar o guia ficar dizendo o quanto tenho que comer para nao desmaiar na montanha, hehe.


Nepal Trekking Part III

DIA 5: Duglha (4600m) - Everest Base Camp (5364m) - GhorakShep (5150m): 10 horas

  Amanheci e iniciei caminhada acima. Sai da cabana com temperatura negativa, ja sentia a fadiga e cansaco para subir a alta altitude. Paramos para descansar uns minutos em Lobuche (4950 m) antes de continuarmos ate o vale do Khumbu com seu enorme glaciar.

Caminhando a 5000 metros, primeira visao do vale do Khumbu
Khumbu Glacier

  Chegamos em Ghorakshep a 5140 metros de altitude para almocar depois de 5 horas de caminhada. O guia disse que acima de 5000 metros de altitude nao era bom deitar e fomos visitar o Acampamento Base do Everest que fica um pouco mais de 2 horas de caminhada.
  O Everest Base Camp nao tem nada no momento, a temporada de escalada eh de marco a maio, onde os alpinistas ficam 90 dias na montanha se aclimatizando esperando o dia perfeito para ataque ao cume, dependendo do ano acaba ate fazendo fila para tirarem foto no topo do Everest ja que um dia totalmente ceu limpo eh raro, normalmente o ataque ao cume acontece em maio. Qualquer nuvem que aparecer no Everest durante a escalada acima de 8000 metros eh quase certo a morte do alpinista pela forca do vento e frio intenso acima de 8000 metros.
  O Everest eh a montanha mais alta do mundo com 8848 metros de altitude. Eh considerado sagrado pelo povo da montanha e o povo do Nepal o chama deSagarmatha e em tibetano de Chomolangma. Foi escalado pela primeira vez em maio de 1953 por Edmund Hillary (Nova Zelandia) e Tenzing Norgay (Sherpa).
  George Mallory fez uma tentativa em 1924 e desapareceu, nunca souberam se havia alcancado o cume. Em 1999 encontraram o corpo de Mallory sem a foto da esposa no bolso que ele havia prometido deixar no cume se alcancasse.

  O percurso que eu fiz foi o mesmo percurso que Edmund Hillary, George Mallory e outros escaladores fizeram. A diferenca que para eles a emocao comeca a partir do Everest Base Camp, onde para mim eh o final da rota.
  Eu fiquei a 1500 metros da fronteira do Tibet em linha reta, ja que o Everest faz a fronteira do Nepal e Tibet com outras montanhas.

Fronteira com o Tibet fica logo acima deste paredao

  O caminho para o Everest Base Camp estava cheio de pedras e terra devido a avalanches constantes desde maio, quando ninguem mais habitou o acampamento base. Nao se avista o Monto Everest do acampamento base, apenas a encosta inicial da montanha e o glaciar.

  Retornamos a Ghorakshep onde a pretensao era ficar 3 dias para dar chance de conseguir tempo bom para subir ao Kalapathar para avistar o Monte Everest de perto. Em Ghorakshep foi o unico local que vi outros turistas no hotel, tinha um grupo de coreanos e um grupo de austriacos, ambos esperando o tempo abrir para subir ao Kalapathar.

  Estava cansadissimo naquela altitude e ja previa uma noite pessima devido ao mal de altitude. O engracado era ver pela janela do abrigo os sherpas jogando voleibol na maior tranquilidade acima de 5000 metros de altitude.

Nepal Trekking Part II

  Continuando a caminhada Everest Base Camp.

DIA 3: Namche Bazaar (3400 m) a Debuche(3900 m): 6 horas

  Apos passar a noite em Namche que tem bastante estrutura (cidade de 5000 habitantes), subimos uns 200 metros e seguimos uma trilha longa, depois descemos 400 metros, atravessamos mais uma ponte alta e subimos 600 metros ate Tengboche onde paramos para almocar depois de 4 horas de caminhada.


Casal da Espanha subindo para chegar em Tengboche

  Tengboche possui um dos maiores monasterios da regiao e estava tendo um festival onde os monges ficam 45 dias meditando. O montasterio eh bem bonito e fica na parte mais alta de uma montanha, logo apos Tengboche temos que descer novamente. Nao budistas nao podem entrar no monasterio e alem do monasterio apenas possuem acomodacoes e restaurantes para os turistas, nao ha uma vila bem formada.


  No unico restaurante aberto em agosto (fora de temporada por causa das moncoes de verao) almocei dividindo a mesa com os monges do monasterio.

  No caminho do terceiro dia vi mais Iaques e tambem Argali, ou carneiro selvagem. Aparecem varios e parecem ser bem mansos.

  Apos o almoco caminhamos mais 2 horas para chegar em Debuche parando para jantar e dormir. Estava me sentindo bem, mas nao no ponto das criancas do vilarejo que ficavam brincando de apostar corrida numa subida de cavalinho (carregando outra crianca).
 O marido da dona da pousada sobe no everest todos os anos. No momento ele estava na Noruega junto com o lider da expedicao dando palestras.

DIA 4: Debuche(3900 m) a Duglha(4600 m): 5 horas

  No dia seguinte saimos de Debuche e numa caminhada de 2,5 horas chegamos a Pheriche para almocar. Paramos por 3 horas em Pheriche a 4200 metros para ver se apareceria algum sintoma do mal de altitude, como nao apareceu seguimos adiante para dormir em Duglha que fica a 4600 metros de altitude.

  Vi criancas indo para escola em outra vila num percurso diario que eu demorei para fazer em 75 minutos. Alem das criancas subirem e descerem todos os dias ainda possuem educacao fisica no curriculo escolar, hehe. Na foto abaixo mostro as criancas fazendo exercicio no patio da escola.
Tema e enfeites budistas em todo o caminho

  Antes de chegar em Duglha Tivemos que atravessar o glaciar Creek, foto abaixo. A 4600 metros o vale verde, florido e cheio de rios muda para montanhas com neve e glaciares.

sábado, 7 de agosto de 2010

Nepal: Trekking

    Chegou o dia de realizar um sonho pessoal! Desde 1997, quando fiz meu primeiro trekking de 4 dias na caminhada Inca, penso em um dia caminhar no Himalaia. Livros, documentarios, filmes e sempre pensando em um dia chegar a pelo menos ao acampamento base do Everest.

DIA 1: LUKLA a MONJO: 4 horas

  Peguei um aviao as 6h30 de Kathmandu em direcao a Lukla. Lukla como podem ver eh um aeroporto curto demais, a pista tem 527 metros eh inclinada para ajudar o aviao a parar na aterrisagem e ajudar a pegar velocidade na decolagem, nao ha possibilidade de erro pois apos o fim da pista apenas ha um abismo de 800 metros.

  Tomamos cafe em Lukla e seguimos caminhada de 2 horas ate Phakding, onde paramos pra almocar. Conversei com a dona do restaurante e fiquei impressionado mais uma vez com os povos da montanha, o budismo fala muito em cultivar a sabedoria, usar a inteligencia para o bem. Esta sherpa nasceu na mesma casa que mora ate hoje, estudou administracao na Australia, fala 5 linguas e hoje vive no mesmo lugar que nasceu com o marido, filho, pais e sua familia toda.

  Fazenda
  Ela me explicou que a segunda renda eh o turismo, tem um restaurante e pousada. A primeira renda eh a fazenda atras da casa onde plantam tudo, me levou pra ver a fazenda e gostei muito, comi uma maca direto da macieira, vi colhendo batatas e me explicou que eh tudo organico, que faz bem pra saude. Fez um almoco com somente produtos da fazenda dela, arroz com vegetais. Esta menina era linda, dentes perfeitos e explicou que nunca foi ao dentista, que a base era comer apenas alimento organico e saudavel.
  Ela explicou o mesmo que meu guia em Butao, cuja esposa eh dentista, que nos ultimos 15 anos as criancas dos vilarejos andam tendo caries por causa de chocolates, chips, chicletes que se encontram facilmente agora em todo lugar.   
  A sherpa tinha um IPhone, achei isto muito bom. Sinal que o governo anda usando o dinheiro do turismo e lincencas de escalada ao Everest (chega a custar ate 60 mil dolares) para o bem dos sherpas e fazem uma otima inclusao social, o mundo inteiro em diferentes organizacoes ajudam a cultivar a cultura deste povo. Achei excelente o exemplo desta sherpa que conheci, poderia ter chance de trabalhar na Australia mas preferiu viver no lugar onde nasceu, por opcao e nao por falta de opcao. Ela explicou que tem escolas boas e grandes em todo lugar, hospitais e condicoes boas. O que isola mais este povo eh a geografia, o aeroporto mais perto eh lukla e a rodovia (acesso de carro) mais perto eh Jeri que fica a 4 dias de caminhada para chegar a Lukla.

  O almoco estava excelente. Seguimos caminho por duas horas ate Mojo onde vi o primeiro Iaque de perto, era um bebe como visto na foto. Depois passa-se a ver varios.
filhote de Iaque e pimentas secando ao sol

Pequenos monasterios budistas durante o caminho
 
Chegamos em Monjo e ficamos numa casa de familia que tambem tem restaurante e hospedagem. Somente o casal estava na casa e eu e o guia. Jantamos juntos, foi muito legal. Eles nao tinham sua propria plantacao mas vi a senhora fazendo toda a comida, preparando a massa, cortando em pedacos tipo nhoque, colocando vegetais, pegando um pedaco de queijo de Iaque para ralar. Muito boa a massa, feita num fogao a lenha. Logo fui dormir.

  Parece tranquilo quando diz caminhar 4 a 6 horas por dia, mas nao se pode subir rapido para dar tempo de aclimatizar, ja que saimos de 800 metros de Kathmandu ate chegar acima de 5000 metros. Sobra muito tempo durante o dia porque iniciamos a caminhada as 7 da manha, depois de tomar cafe da manha.

DIA 2: MONJO a NAMCHE BAZAAR: 3 horas

  Apos tomar cafe da manha onde a senhora fez o pao na hora e no fogao a lenha, comecamos a subida ate Namche Bazaar que eh a maior cidade dos sherpas. Na saida, o casal mostrou o boletim do filho todo orgulhoso e disse que ele estava em Kathmandu para conseguir os papeis pois iria trabalhar na Malasia. Realmente, pelos dois exemplos de familia que tive a inclusao social dos sherpas no Nepal funciona mesmo.
  Pode parecer ruim fazer caminhada com restaurantes e pousadas mas estou achando otimo. Nao eh o isolamento de ir a um parque nacional onde ninguem vive, mas eh um contato com uma etnia famosa no mundo inteiro que mantem seus costumes apesar da infra-estrutura oferecida pelo governo com o dinheiro do turismo. Aqui pega celular e possuem internet e TV via satelite, nos vilarejos maiores onde tem luz eletrica. Ha uma estacao de hidroeletrica do tamanho de uma casa em Luka e em Nanche Baazar. Manter cultura local nao significa deixar o povo no isolamento, se fizessem isso acabariam tendo um exodo sem controle para cidades grandes, conta o guia... hoje o povo adora morar nas montanhas mesmo os jovens mais modernos.

  A mesma trilha que fazemos eh a mesma trilha que veem criancas indo e voltando da escola. Ainda abaixo dos 4000 metros vemos vales verdes, rios, cascatas altissimas, e rio pra todo lado. Coleto agua direto das montanhas, purissima para beber.
  Temos que passar por varias pontes, algumas altas.

  
  Minhas pernas ficaram bem cansadas nestas 3 horas de subida. Fique bem feliz quando chegamos a Namche Bazaar. Uma cidade desenvolvida para sua localizacao, ate internet tem. Na pousada tem ducha quente por 4 dolares, pode carregar a bateria da maquina durante 2 horas por 3 dolares. Almocei em Namche e a tarde subimos 300 metros para ver a vista e nao ficar sem se exercitar muito, hehe. Eh muita subida! Foto da vista na foto abaixo.
Chegando em Namche Baazar
Vista de Namche Baazar

Amanha sigo mais caminhada, umas 6 horas. Seguirei a trilha da foto abaixo, depois desceremos, atravessamos o rio, subimos e vamos almocar onde se ve algumas casas. De tarde segue mais subida.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Kathmandu

  Cheguei no Nepal e no voo consegui ver o Everest apesar do ceu estar nublado.
  Entrei em contato com a agencia em frente ao hotel que fiquei. Hotel bom no Nepal custa em torno de 16 dolares o quarto.
  A site da agencia eh http://www.highmountaintrek.com/
  Existem milhoes de agencia mas nesta tive um contato por email anterior sem fazer reserva nenhuma. Deixei mais ou menos agendado a saida para o trekking Everest Base Camp que normalmente eh feito em 13 dias, mas como estou indo sozinho com um guia somente marcamos de fazer em 10 dias para dar tempo de entrar em um grupo que ira atravessar o Tibet com veiculo por 8 dias.


  O custo total de um trekking de 13 dias eh 690 dolares (50 dolares por dia em media mais permit), se for mais ou menos dias coloque uma media de 50 dolares por dia. Paguei tambem 230 dolares o voo ida e volta para Lukla. Inclui o guia, 3 refeicoes e hospedagem quando for possivel nos vilarejos.


  Conversando com o guia estava vendo o que era necessario levar ou nao. E uma coisa que nao precisa levar eh toalha de banho. No lugar da toalha de banho irei levar 50 canetas e 10 cadernos para as criancas locais. O banho vai ser passar agua de uma bacia de agua quente.


  Espero que o tempo esteja bom e consiga boas imagens do Everest ja que chegarei tao perto.
  Hoje a noite irei jantar e descansar, amanha 5 horas partimos para o aeroporto.
  Num curso da Embraer o professor sempre falava do aeroporto de Lukla e que o piloto nao poderia errar o ponto de decolagem de jeito nenhum, a saida da pista curta eh num penhasco altissimo.

   Kathmandu eh lotado de estrangeiros. Como nao ha alpinistas em agosto, a temporada de trekking e escalada eh de setembro a novembro, a cidade esta apenas com turistas querendo se divertir. Hoje ja conheci pessoas interessantes para sair, acho que isto nao vai dar certo, hehe...terei que acordar as 4h30 para ir ao aeroporto e pegar o voo para Lukla e logo em seguida comecar a caminhar.



quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Butao

  Tenho muito para falar de Butao, mas vou deixar a imagem dizer por mim entao somente irei relatar as fotos.

  Visao da saida do aeroporto de Paro. No pouso o aviao ainda tem que fazer curva a 50 metros do solo.

 Ponte linda nos vilarejos com decoracao budista no interior.


  Visao de Thimphu, capital.


  Torneio de arco e flecha. Atiram a uma distancia de 150 metros e mais de 100 equipes competem durante 2 meses.

 
  Mais um dzong. Aqui fica o escritorio do rei. Turistas entram somente depois que o rei termina o expediente as 17h30.

  Tem uma caminhada de Paro que sobe 900 metros para chegar ao templo Taktsang, conhecido como ninho do tigre. Este monasterio foi construido em cima de um penhasco e hoje eh o cartao postal principal do Butao. Lindo demais, fica acima de 3000 metros de altituide! Com uma permissao especial eu entrei la com o guia.